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Foto:Gabriela Milanezi/CNN e Gabriel Garcia/CNN |
As manifestações deste 7 de Setembro evidenciaram a crescente polarização política no Brasil, com atos simultâneos organizados por grupos da direita e da esquerda em diversas capitais. Enquanto apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro pediram anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro e criticaram o Supremo Tribunal Federal, movimentos sociais e partidos progressistas promoveram o tradicional Grito dos Excluídos, com foco em justiça social, soberania nacional e combate à desigualdade. A data, que historicamente celebra a Independência do Brasil, tem se consolidado como um espaço de disputa simbólica e política.
Em Brasília, parlamentares bolsonaristas como Mario Frias, Bia Kicis e Damares Alves discursaram contra o STF e defenderam Bolsonaro, classificando os julgamentos em curso como perseguição. Na Avenida Paulista e na orla de Copacabana, os atos reforçaram o tom de enfrentamento ao Judiciário. Em contrapartida, o Grito dos Excluídos reuniu manifestantes na Praça Zumbi dos Palmares, em Brasília, e na Praça da República, em São Paulo, com apresentações culturais e reivindicações como a redução da jornada de trabalho e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
A proximidade das eleições de 2026 intensifica o uso político da data por diferentes campos ideológicos. A presença de figuras como Flávio Bolsonaro, Guilherme Boulos e Samia Bonfim reforça o caráter estratégico dos atos. A apropriação de símbolos nacionais, como a bandeira e as cores verde e amarela, também segue em disputa. O 7 de Setembro, antes marcado por desfiles cívico-militares, tornou-se um termômetro da divisão política no país, refletindo embates sobre o futuro da democracia brasileira e os rumos do poder institucional.