Abandono do tratamento contra HIV aumenta no Acre e número de mortes cresce mais de 60%

Acre

 

HIV-AIDS Abandono do tratamento contra HIV aumenta no Acre e número de mortes cresce mais de 60%

Um levantamento da Promotoria de
Justiça de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania revelou que 405 pacientes no
Acre abandonaram o tratamento contra o HIV, deixando de tomar a medicação e de
comparecer às consultas médicas. O estado também enfrenta um crescimento
alarmante no número de mortes relacionadas ao vírus: entre 2022 e 2023, o
aumento foi superior a 60%, passando de 13 óbitos em 2022 para 21 em 2023.

Diante dessa grave situação, o
Ministério Público do Acre (MP-AC) emitiu uma recomendação à Secretaria de
Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e ao Núcleo de Infecções Sexualmente
Transmissíveis (ISTs) para que intensifiquem ações de busca ativa. O objetivo é
localizar os pacientes que interromperam o tratamento e incentivar a retomada
dos cuidados médicos necessários.

O promotor Thalles Ferreira
destacou que diversos fatores podem levar ao abandono do tratamento, como
dificuldades com o esquema terapêutico, estágio da doença, apoio familiar
insuficiente e estigmas sociais associados ao HIV. Ele ressaltou a importância
de adotar medidas eficazes para aumentar a adesão.

“Considerando que as razões pelas
quais os pacientes decidem abandonar ou não o tratamento estão ligadas a
fatores diversos, é imprescindível que medidas efetivas sejam tomadas para
garantir a adesão e a continuidade dos cuidados necessários para a saúde e
qualidade de vida dessas pessoas”, afirmou o promotor.

A recomendação do MP-AC também
reforça a necessidade de seguir as diretrizes do Ministério da Saúde para casos
de abandono de tratamento. As ações previstas incluem campanhas educativas,
apoio psicológico, reforço na comunicação com pacientes e fortalecimento da
rede de atenção básica para acompanhamento contínuo.

O aumento expressivo no número de
mortes e os casos de abandono do tratamento no Acre refletem desafios que vão
além do atendimento médico, demandando políticas públicas integradas que
abordem tanto os aspectos clínicos quanto os sociais do HIV. A retomada do
tratamento pelos pacientes é considerada essencial para reduzir os impactos da
epidemia no estado.