Nesta quarta-feira, 6 de agosto, o Acre celebra os 123 anos da Revolução Acreana, episódio histórico que marcou a incorporação do território ao Brasil após uma série de batalhas lideradas por Plácido de Castro contra o domínio boliviano. A data rememora o início da ofensiva em Xapuri, em 1902, e é marcada por homenagens, eventos culturais e ações do governo estadual que reforçam o sentimento de pertencimento e valorizam a identidade do povo acreano. O governador Gladson Cameli tem reiterado que os ideais revolucionários inspiram as políticas públicas atuais, voltadas ao desenvolvimento, à inclusão social e à preservação da memória histórica.
Além das celebrações, o governo estadual promove iniciativas que conectam o passado à realidade contemporânea, como investimentos em infraestrutura, saúde, educação e agricultura familiar. Para Cameli, honrar a Revolução é também reafirmar o compromisso com a democracia e a justiça social. A bandeira do Acre, símbolo da luta por autonomia, é lembrada como representação da resistência e da capacidade de superação do povo local. A narrativa oficial destaca a bravura dos seringueiros e moradores da floresta que se insurgiram contra a cobrança de impostos pela Bolívia, em um contexto marcado pelo ciclo da borracha e pela migração nordestina.
Historiadores contemporâneos, no entanto, têm ampliado o olhar sobre o episódio, ressaltando que a Revolução ocorreu em terras já habitadas por povos originários, cuja presença é muitas vezes invisibilizada nas narrativas tradicionais. A historiografia reconhece fases como a insurreição de 1899, o Estado Independente do Acre e a República de Galvez como fundamentais para consolidar o sentimento de pertencimento brasileiro. A assinatura do Tratado de Petrópolis, em 1903, oficializou a anexação do território ao Brasil, e a Revolução segue viva na memória popular, sendo tema recorrente em escolas, produções culturais e ações governamentais voltadas à valorização da história acreana.
