Mesmo sem registrar casos confirmados de sarampo há 25 anos, o Acre permanece em estado de alerta. Segundo o boletim mais recente do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE-Sarampo), divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), foram notificadas 34 suspeitas da doença em 2025. Destas, 32 já foram descartadas após exames laboratoriais, enquanto duas seguem em investigação nos municípios de Cruzeiro do Sul e Porto Acre. A disseminação das notificações por nove cidades, incluindo Rio Branco, Acrelândia e Brasiléia, reforça a necessidade de vigilância contínua, especialmente diante da proximidade com a Bolívia, que enfrenta um aumento expressivo de casos.
O cenário epidemiológico boliviano preocupa autoridades brasileiras. Somente neste ano, o país vizinho confirmou 148 casos de sarampo e investiga mais de 1.300, concentrados principalmente na região de Santa Cruz de La Sierra, próxima à fronteira com o Acre. Embora o estado brasileiro mantenha o status de eliminação da doença desde o ano 2000, o risco de reintrodução do vírus é considerado real. Uma das notificações em Rio Branco envolveu um paciente residente em Cobija, na Bolívia, mas também foi descartada. A situação reforça a importância da cooperação internacional e da intensificação das ações preventivas.
Para conter qualquer possibilidade de transmissão, o governo estadual ampliou a campanha de vacinação. Entre 24 de junho e 21 de agosto, foram distribuídas 86,1 mil doses de imunizantes, sendo 71.500 da Tríplice Viral e 16.600 da Dupla Viral. Até o momento, mais de 31 mil doses foram aplicadas em todo o estado. A Sesacre orienta que pais e responsáveis atualizem a caderneta vacinal de crianças e adolescentes e que toda a população procure os postos de saúde, especialmente nas cidades de fronteira.