Acre lidera queda nas exportações para os EUA após nova política tarifária

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O Acre foi o estado brasileiro mais afetado proporcionalmente pela nova política tarifária dos Estados Unidos, que entrou em vigor em agosto sob o governo de Donald Trump. Dados do comércio exterior apontam que o estado registrou uma queda de 100% nas exportações para o mercado norte-americano, passando de US$ 74,9 mil em julho para zero em agosto. A interrupção total das vendas reflete o impacto direto das tarifas sobre produtos como madeira e carvão vegetal, principais itens da pauta exportadora acreana, que ficaram fora das isenções comerciais.

Além do Acre, cinco estados do Nordeste também figuram entre os mais prejudicados: Alagoas, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará. No entanto, o Acre se destaca por ter zerado completamente suas exportações, evidenciando a vulnerabilidade de economias periféricas diante de mudanças abruptas na política comercial internacional. A ausência de alternativas logísticas e a dependência de poucos produtos tornam o estado especialmente suscetível a oscilações externas, agravando os desafios enfrentados por produtores locais e pela arrecadação estadual.

Apesar da gravidade da situação, ainda não foram anunciadas medidas específicas de compensação para o Acre. Especialistas alertam que, sem uma resposta coordenada, o estado pode enfrentar retrações prolongadas em sua participação no mercado internacional. A queda nas exportações não apenas compromete o desempenho econômico regional, mas também ameaça a sustentabilidade de cadeias produtivas que dependem da demanda externa. O episódio reacende o debate sobre a necessidade de diversificação da economia acreana e de políticas públicas voltadas à proteção comercial em tempos de instabilidade global.