Acre tem déficit de médicos e reforça desigualdade no acesso à saúde

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O Acre conta com apenas 1,8 médico para cada mil habitantes, segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgado em 2024. O número está abaixo da média nacional, de 3,07 médicos por mil habitantes, e evidencia as desigualdades regionais no acesso à saúde. A situação é ainda mais crítica quando comparada à média mundial, estimada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 3,7 médicos por mil habitantes. A escassez de profissionais compromete a cobertura assistencial, especialmente em áreas rurais e de difícil acesso.

O estudo aponta que, embora o Brasil tenha mais de 630 mil médicos registrados, a distribuição é concentrada nas regiões Sudeste e Sul. O Distrito Federal lidera com 6,3 médicos por mil habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro (4,3) e Espírito Santo (3,6). Já o Norte e o Nordeste apresentam os menores índices. Na região Norte, além do Acre, destacam-se o Amazonas (1,6), Roraima (1,8), Amapá (1,5) e Pará (1,4). O Maranhão, no Nordeste, tem o menor índice do país, com apenas 1,3 médico por mil habitantes, revelando um cenário preocupante de desigualdade estrutural.

Especialistas apontam que a baixa densidade médica em estados como o Acre está ligada à dificuldade de fixação de profissionais, à infraestrutura limitada e à concentração de oportunidades em grandes centros urbanos. Para enfrentar o problema, é necessário ampliar políticas públicas voltadas à formação regionalizada, incentivo à permanência de médicos no interior e investimentos em estrutura hospitalar.