A Justiça do Acre decidiu levar a júri popular Jairton Silveira Bezerra, de 45 anos, acusado de matar a ex-companheira Paula Gomes da Costa, de 33 anos, em outubro de 2024, em Rio Branco. O crime ocorreu em via pública, no bairro Alto Alegre, quando Paula levava a filha de sete anos para a casa do pai. Jairton, que havia descumprido uma medida protetiva, atacou a vítima com múltiplos golpes de faca na presença da criança e do próprio pai. A decisão foi proferida pelo juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, que também manteve a prisão preventiva do réu.
A investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) concluiu que o crime foi motivado pela não aceitação do fim do relacionamento, encerrado três meses antes. Paula já havia denunciado episódios de violência doméstica e vivia sob medida protetiva. Durante a audiência de instrução, realizada em junho, Jairton confessou o crime. Testemunhas relataram um histórico de agressões, perseguições e ameaças, reforçando o contexto de violência de gênero que caracteriza o feminicídio.
O Ministério Público do Acre denunciou Jairton por feminicídio com quatro qualificadoras: motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima, crime cometido na presença de descendente e descumprimento de medida protetiva. O juiz rejeitou o pedido da defesa para desclassificar o crime para homicídio simples, destacando a gravidade dos fatos e a necessidade de manter a prisão cautelar. Jairton ficou foragido por quase dois meses e se entregou em dezembro de 2024. Desde então, permanece preso no presídio de Rio Branco. A data do julgamento ainda não foi definida.
