A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que a adolescente de 15 anos apreendida em Mato Grosso teve participação ativa no assassinato de uma família em Itaperuna, no Noroeste Fluminense. Segundo as investigações, a jovem influenciou emocionalmente o namorado, de 14 anos, autor confesso do crime que vitimou seus pais e o irmão mais novo. Mensagens trocadas entre o casal revelam que o garoto se mostrava disposto a obedecer cegamente às ordens da namorada, que teria pressionado o companheiro a cometer os homicídios, inclusive ameaçando terminar o relacionamento caso ele não o fizesse.
A investigação, conduzida pela 143ª Delegacia de Polícia de Itaperuna com apoio da unidade de Água Boa (MT), analisou dispositivos eletrônicos dos adolescentes e encontrou conversas que indicam premeditação. Os dois discutiram detalhes do crime, como o uso de armas, formas de ocultar os corpos e até estratégias para não deixar digitais. Em um dos trechos, cogitaram alimentar os corpos a porcos e simular que o irmão mais novo havia cometido os assassinatos. Apesar de inicialmente relutar quanto à morte do irmão, o garoto afirmou ter decidido matá-lo no momento da ação.
As conversas também revelam que o casal se referia às vítimas como personagens de um jogo violento, o que, segundo a polícia, pode ter contribuído para a desumanização dos atos. Após os assassinatos, o adolescente enviou fotos dos corpos à namorada, que reagiu com frieza e continuou trocando mensagens amorosas. Em uma delas, a jovem afirmou: “Nunca pensei que alguém faria isso por mim.” Ambos seguem apreendidos e à disposição da Justiça. A polícia considera o caso um exemplo extremo de manipulação emocional entre adolescentes, com forte influência digital e ausência de limites morais.