O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que filhos, netos e cunhadas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) possam visitá-lo em sua residência, onde cumpre prisão domiciliar em Brasília. A decisão, tomada com respaldo da maioria dos magistrados da Corte, elimina a necessidade de autorização prévia para esses encontros familiares. A medida ocorre após Bolsonaro ter descumprido medidas cautelares impostas pelo STF, o que resultou na conversão de sua situação jurídica para prisão domiciliar.
A solicitação de visita foi antecipada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que afirmou à imprensa que formalizaria o pedido nesta quarta-feira (6). Também manifestou interesse em visitar o ex-presidente o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara. Na véspera, o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, já havia se encontrado com Bolsonaro, com autorização judicial. Após o encontro, Nogueira relatou que o ex-presidente demonstrava abatimento diante do atual cenário político e jurídico.
A decisão de Moraes gerou reações no Congresso. Partidos de oposição iniciaram uma obstrução nas atividades legislativas como forma de protesto contra o que consideram excessos da Suprema Corte. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), criticaram a paralisação e anunciaram reuniões com líderes partidários para discutir o impasse. A flexibilização das visitas familiares, embora vista por aliados como um gesto humanitário, reacende o debate sobre os limites das decisões judiciais em meio à polarização política.
