Alta turbidez do Rio Acre compromete abastecimento de água em Rio Branco

Acre

 

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Moradores de diversos bairros de Rio Branco enfrentam há mais de nove dias a interrupção no abastecimento regular de água, agravada pela alta turbidez do Rio Acre. O problema, recorrente durante o período chuvoso, foi intensificado neste mês devido ao acúmulo de sedimentos e detritos nas margens do rio. A situação foi confirmada por técnicos da Estação de Tratamento de Água (ETA) 2, localizada na região da Sobral, que relataram dificuldades operacionais para manter a qualidade da água distribuída à população.

Segundo o diretor-presidente do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), Enoque Pereira, os sistemas de tratamento não foram projetados para lidar com níveis tão elevados de turbidez. “Estamos há nove dias com índices acima de 1.000, chegando a ultrapassar 2.000 em alguns momentos. Nossas ETAs não tratam lama, tratam água”, afirmou. Para evitar o envio de água imprópria às residências, a vazão foi reduzida, o que comprometeu o fornecimento em várias regiões. A situação é agravada pela dependência de bairros inteiros de uma única estação e pelo alto índice de desperdício, que chega a 50%.

A Defesa Civil Municipal também acompanha o caso. O tenente-coronel Cláudio Falcão atribui o fenômeno à degradação das matas ciliares e às oscilações frequentes no nível do rio. “A instabilidade do Rio Acre, aliada ao desmatamento, aumenta a presença de sedimentos na água, dificultando o tratamento”, explicou. Ele alertou para a necessidade de ações estruturais e ambientais ao longo do curso do rio, que nasce no Peru e percorre mais de 1.100 quilômetros até o Brasil. Enquanto isso, a normalização do abastecimento depende da melhora nas condições naturais e da capacidade técnica das estações de tratamento.