O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu, nesta última quarta-feira (14), a possibilidade de que o esquema bilionário de fraudes no INSS tenha começado ainda durante sua gestão. A declaração foi feita em entrevista ao portal UOL, na qual ele também defendeu a criação de uma CPMI para investigar os descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas, que já somam um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões.
“Se alguém do meu governo fez algo de errado, que pague”, disse Bolsonaro, ao mesmo tempo em que tentou transferir o foco para o governo Lula. “Agora, explodiu”, afirmou, sugerindo que o esquema ganhou corpo na atual administração. O ex-presidente ainda alfinetou a esquerda por não apoiar a CPMI: “PT, PSOL, PDT, ninguém assinou”.
A proposta de investigação já conta com o apoio de 223 deputados e 36 senadores, majoritariamente do Centrão e do PL. A Polícia Federal, por sua vez, segue com a Operação Sem Desconto, que revelou o envolvimento de entidades de classe em cobranças ilegais via convênios com o INSS — um escândalo que promete respingar em mais de um governo.
