O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) oficializou nesta última segunda-feira, 16 de junho, a liberação do trânsito de gado entre zonas livres de febre aftosa sem vacinação em todo o território nacional. A medida, formalizada por meio do Ofício-Circular Nº 31/2025, foi encaminhada às superintendências estaduais e representa um avanço significativo para a pecuária brasileira. A decisão contempla estados de todas as regiões do país, incluindo Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Amazonas, entre outros, além do Distrito Federal. A nova diretriz reforça o reconhecimento internacional obtido pelo Brasil em maio, durante a 92ª Sessão Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa), que certificou o país como zona livre da doença sem necessidade de vacinação.
A autorização para o trânsito de animais suscetíveis à febre aftosa entre essas zonas livres é considerada um marco no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA). Segundo especialistas, a medida deve impulsionar a logística de produção e comercialização de bovinos, promovendo maior integração entre os mercados regionais e fortalecendo a competitividade do setor agropecuário brasileiro. No entanto, o Ministério alerta que o trânsito entre as regiões deve seguir protocolos sanitários rigorosos, como a exigência da Guia de Trânsito Animal (GTA), documento que assegura a rastreabilidade e o histórico sanitário dos rebanhos.
Autoridades sanitárias estaduais reforçam que, apesar da conquista, a vigilância deve ser mantida. Para Renan Viana, coordenador do Programa Estadual de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa do Idaf, o trânsito livre contribui para o equilíbrio entre oferta e demanda, mas exige responsabilidade dos produtores. Camila Machado, chefe de Fiscalização de Trânsito Agropecuário do mesmo órgão, destaca que a fluidez no transporte de animais é positiva, mas depende da manutenção do status sanitário. O Brasil, agora com reconhecimento internacional, assume o desafio de preservar esse patamar, garantindo segurança sanitária e sustentabilidade ao setor.