O Brasil voltou a quebrar recordes na exportação de carne bovina in natura em setembro de 2025, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Com 314,7 mil toneladas embarcadas, o país superou a marca anterior registrada em julho, consolidando sua posição como maior exportador global do produto. O volume representa um crescimento de 25,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, mesmo diante de barreiras comerciais impostas por importantes parceiros, como os Estados Unidos, que aplicaram tarifas elevadas à carne brasileira em agosto.
A alta nas exportações reflete uma estratégia de diversificação de mercados adotada por frigoríficos nacionais, que ampliaram os embarques para países como México e China. Este último permanece como principal destino da proteína brasileira, sustentando a demanda mesmo em um cenário de reconfiguração do comércio internacional. Especialistas apontam que a competitividade do Brasil, aliada à escassez de oferta em outros países, tem favorecido o desempenho do setor, que segue em expansão apesar dos entraves tarifários. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) já havia sinalizado que os embarques para os EUA sofreriam queda, mas não cessariam completamente.
Mesmo com a aplicação de tarifas de até 76,4% pelos Estados Unidos, os embarques para o país continuam, embora em volumes reduzidos e concentrados em cortes de maior valor agregado ou contratos previamente firmados. Em julho, antes da vigência das novas alíquotas, o Brasil havia exportado 276,9 mil toneladas, enquanto em agosto o volume caiu para 268,6 mil. A manutenção de parte das vendas ao mercado norte-americano reforça a resiliência da indústria brasileira, que segue adaptando suas rotas comerciais diante das mudanças globais. A Secex também divulgou dados de outros produtos do agronegócio, indicando bom desempenho em diferentes frentes de exportação.
