Brasil desiste de sistema indiano e negocia compra de mísseis com a Itália

Acre
MBDA-Sea-Ceptor Brasil desiste de sistema indiano e negocia compra de mísseis com a Itália

O governo brasileiro decidiu encerrar as negociações com a Índia para a aquisição de um sistema de defesa antiaérea e iniciou tratativas com a Itália. A mudança de estratégia ocorre após impasses com os fabricantes indianos, que insistiam na venda de uma versão anterior do sistema Akash, sem tecnologia de ponta. O Exército brasileiro busca ampliar sua capacidade de interceptação aérea, atualmente limitada a alvos abaixo de 3 mil metros de altitude, diante do cenário internacional de crescente instabilidade.

A nova proposta envolve o sistema Emads, desenvolvido pela empresa europeia MBDA, com participação da italiana Leonardo. O modelo é da mesma família de mísseis que será utilizado pela Marinha nas fragatas da Classe Tamandaré, o que, segundo fontes militares, pode facilitar a logística, o treinamento e até a produção nacional dos equipamentos. Embora o Brasil tenha tentado vincular a negociação com a Índia à venda de aeronaves KC-390 da Embraer, a nova tratativa com os italianos não está, até o momento, condicionada a contrapartidas comerciais.

A decisão reflete uma busca por maior eficiência e modernização da defesa nacional. O sistema Emads é considerado mais avançado e compatível com as necessidades estratégicas do país. A expectativa é que, caso o acordo avance, o Brasil fortaleça sua capacidade de resposta a ameaças aéreas e amplie sua presença no mercado internacional de defesa. A negociação ainda poderá ser tema de conversas diplomáticas entre o presidente Lula e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, à margem da cúpula do Brics.