Brasileiras estão tendo filhos cada vez mais tarde, mostra Censo

Acre

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Dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que as brasileiras estão adiando cada vez mais a maternidade e tendo menos filhos. A idade média das mulheres ao se tornarem mães passou de 26,3 anos em 2000 para 28,1 em 2022. A taxa de fecundidade total (TFT) também caiu significativamente, atingindo 1,55 filho por mulher — número próximo ao de países desenvolvidos. O levantamento mostra ainda que o percentual de mulheres sem filhos aumentou de 10% para 16,2% no mesmo período.

A pesquisa aponta que fatores como maior escolaridade e inserção no mercado de trabalho estão diretamente ligados à queda da fecundidade. Mulheres com ensino superior completo têm, em média, 1,19 filho e se tornam mães aos 30,7 anos, enquanto aquelas com menor escolaridade têm mais filhos e engravidam mais cedo. A tendência também varia conforme a região do país: Sul e Sudeste iniciaram a queda da fecundidade antes, enquanto o Nordeste apresentou redução mais acentuada nos últimos anos. O Distrito Federal registrou a maior idade média para a maternidade (29,3 anos), e o Pará, a menor (26,8).

O estudo também analisou a fecundidade por raça e religião. Mulheres indígenas apresentaram a maior taxa (2,48 filhos), seguidas por pardas, pretas, brancas e amarelas. Entre os grupos religiosos, apenas as evangélicas superaram a média nacional, com 1,74 filho por mulher. Os dados reforçam uma mudança demográfica em curso no Brasil, com impactos diretos nas políticas públicas de saúde, educação e previdência. A queda na taxa de fecundidade e o adiamento da maternidade refletem transformações sociais profundas e exigem atenção das autoridades para o planejamento de longo prazo.