O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está sendo formalmente cobrado pela Câmara dos Deputados por quatro faltas injustificadas registradas no mês de março. O valor da cobrança chega a R$ 13,9 mil, conforme determina o regimento interno da Casa, que prevê desconto proporcional no salário parlamentar em caso de ausências sem justificativa. Durante o período, o parlamentar optou por permanecer nos Estados Unidos, onde segue em viagem, o que motivou a abertura de um processo administrativo para apuração do débito.
Segundo nota oficial da Câmara, o procedimento foi instaurado em cumprimento a um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), que recomendou medidas para garantir a transparência e a responsabilização por faltas não justificadas. Como não havia saldo suficiente na folha de pagamento de março para realizar o desconto, foi emitida uma Guia de Recolhimento da União (GRU), entregue ao gabinete do deputado em agosto. Até o momento, o valor não foi quitado, o que pode levar à inclusão do nome de Eduardo Bolsonaro no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) e, posteriormente, à Dívida Ativa da União.
Além da cobrança financeira, o TCU também solicitou à Câmara a apuração de possíveis irregularidades relacionadas à estadia do deputado nos Estados Unidos. A investigação foi provocada por representação do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), que questiona se a viagem tem sido financiada com recursos públicos e se há articulações políticas que possam comprometer a soberania nacional. O caso segue em análise e pode ter desdobramentos administrativos e jurídicos, dependendo das conclusões dos órgãos de controle.


