A relação entre a vice-governadora do Acre, Mailza Assis (PP), e o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), atravessa um momento de tensão que pode redesenhar o mapa político do estado. Embora não tenha oficializado o rompimento, Mailza manifestou publicamente seu desconforto com a postura do prefeito, que tem intensificado visitas ao interior do Acre acompanhado de aliados, em movimentos interpretados como articulações para uma possível candidatura ao governo em 2026. A vice-governadora, também pré-candidata, vê na atitude de Bocalom um sinal de afastamento político e ideológico.
A aliança entre os dois foi fundamental nas eleições de 2020, quando Bocalom se reelegeu com apoio do Progressistas, partido de Mailza, e tendo como vice Alysson Bestene, figura próxima ao grupo governista. No entanto, o cenário atual revela fissuras. Em nota enviada à imprensa, Mailza afirmou que sua candidatura independe da decisão do prefeito, mas criticou a falta de alinhamento, destacando que a postura de Bocalom fragiliza o campo ideológico que os une. A avaliação pública feita pela vice, atribuindo nota 5 à gestão municipal, também gerou reação do prefeito, que indicou não ter intenção de apoiá-la na próxima disputa.
Nos bastidores, cresce a percepção de que a aliança entre governo estadual e prefeitura pode não resistir até 2026. A movimentação de Bocalom, somada à insatisfação de Mailza, aponta para um possível racha no grupo que tem garantido estabilidade política nos últimos anos. Com ambos sinalizando caminhos distintos, o cenário eleitoral se torna mais imprevisível, e a disputa pelo comando do estado promete ser marcada por reconfigurações e reposicionamentos estratégicos.