A Central de Slam, coletivo de poesia falada do Acre, conquistou o segundo lugar no Torneio Nacional de Slams realizado em São Paulo no final de agosto, consolidando sua relevância no cenário artístico brasileiro. Representando a região Norte, o grupo competiu com outras nove equipes de diferentes partes do país e levou ao palco a força da linguagem amazônica e da poesia marginal. Composto por Natidepoesia, MB e Medusa K — artistas com trajetória reconhecida nacionalmente — o time acreano emocionou o público e os jurados, reforçando o protagonismo das vozes periféricas e afro-amazônicas no circuito literário.
Desde 2018, a Central de Slam atua como porta de entrada para novos poetas no Acre, promovendo formação e acesso a espaços culturais. O projeto “Poesia que Escurece” já alcançou mais de mil jovens por meio de oficinas de poesia falada, criação de zines e escrita criativa, fortalecendo repertórios e autoestima nas periferias. A conquista no torneio nacional é resultado direto desse trabalho contínuo de formação e mobilização, que transforma a arte em ferramenta de empoderamento e inclusão social. “Esta vitória é mais uma página importante na nossa caminhada”, afirmou Natidepoesia.
Além da performance no palco, o coletivo também se destaca pela articulação pedagógica e pelo impacto social que promove nos territórios amazônicos. A participação no torneio e o vice-campeonato obtido no Instituto Moreira Salles ampliam a visibilidade da produção acreana e abrem caminhos para que mais talentos da região circulem pelo país. Ao lado da equipe campeã, o Slam da Cana (SP), a Central de Slam reafirma que a poesia falada é um instrumento potente de expressão, resistência e transformação.