A decisão da Justiça Eleitoral que cassou o mandato de cinco vereadores de Assis Brasil e declarou o prefeito Jerry Correia inelegível movimentou o cenário político do município. Embora a sentença seja de primeira instância e ainda caiba recurso, o entendimento abre a possibilidade de que novas eleições tenham de ser convocadas, não apenas para os parlamentares diretamente envolvidos, mas para toda a Câmara Municipal. Isso porque, caso a decisão seja mantida pelas instâncias superiores, os diplomas de todos os vereadores eleitos em 2024 podem ser invalidados, obrigando o município a realizar um novo pleito para recomposição completa do Legislativo.
Nos bastidores, a oposição chegou a comemorar a medida por enxergar um revés para o grupo do prefeito, que perde força política ao ser declarado inelegível. No entanto, especialistas em direito eleitoral chamam atenção para os efeitos mais amplos da decisão. Eles destacam que, em um eventual cenário de confirmação, não apenas os cinco parlamentares acusados de fraude eleitoral seriam atingidos, mas também os demais vereadores que não estão relacionados diretamente à denúncia, o que poderia reconfigurar de forma total a representatividade política da cidade. Para a população, isso significaria um novo processo de escolha dos representantes, com a possibilidade de renovação geral da Câmara.
Outro ponto que repercutiu foi a exoneração de Neudo Lopes da Silva, servidor que denunciou as supostas irregularidades eleitorais. O nome dele apareceu no Diário Oficial de 25 de setembro, em decreto que revoga sua designação na Diretoria Municipal de Esportes. Procurado, Neudo não se manifestou até a publicação desta reportagem. O caso segue tramitando na Justiça e deve ter novos capítulos nas próximas semanas, enquanto Assis Brasil acompanha com expectativa os desdobramentos que podem redefinir o futuro político do município.
