Delação na Bahia implica chefe da Casa Civil de Lula

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Captura-de-Tela-2024-04-03-as-07 Delação na Bahia implica chefe da Casa Civil de Lula

Segundo delatora, Rui Costa deu aval, quando governador, a
contrato para a compra de respiradores que não foram entregues durante a
pandemia de coronavírus

O ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, Rui Costa (foto),
aparece na delação premiada de uma empresária que vendeu, mas não entregou,
respiradores ao governo da Bahia em abril de 2020. Costa era governador do
estado à época.

O contrato em questão foi fechado por 48 milhões de
reais, e a empresária responsável pela venda, Cristiana Taddeo,
dona da Hempcare,
já devolveu 10 milhões aos cofres públicos. Segundo ela, a venda foi fechada
com autorização de Costa e intermediada por um empresário baiano que se
apresentou como amigo do governador e da então primeira-dama Aline Peixoto.

O tal amigo teria cobrado comissões que totalizaram 11
milhões de reais. O ex-secretário da Casa Civil Bruno Dauster também
disse em depoimento à Polícia Federal que as tratativas receberam o aval de
Costa.

“Beneficiada”

Achei que
as tratativas para celebração do contrato com o Consórcio Nordeste ocorreram de
forma muito rápida, mas entendi que eu estava sendo beneficiada porque havia
combinado de pagar comissões expressivas aos intermediadores do governo
“,
diz a empresária na delação, cujo conteúdo foi revelado pelo Tab Uol.

Fundada para distribuir medicamentos à base de canabidiol,
a Hempcare não possuía qualificação nem experiência na importação
de respiradores pulmonares, como sua própria dona admitiu.

A reportagem do Tab Uol descreve, a partir da delação, qual
teria sido o caminho do negócio:

Na noite de 5 de abril de 2020, a empresária
recebeu um telefonema do então secretário da Casa Civil do governo da Bahia,
Bruno Dauster, que manifestou interesse em comprar os respiradores da Hempcare.

Foi o próprio Rui Costa quem passou o contato
da Hempcare para Bruno Dauster, segundo o depoimento dele à PF, com orientação
de que negociasse com eles a compra dos respiradores.


Segundo a empresária, Dauster
frisou nos diálogos que ‘dependia da autorização de Rui Costa dos Santos
[governador do Estado da Bahia] para tomar as decisões’

Respiradores

A empresária disse à PF que recebeu informações
privilegiadas sobre o valor máximo que seria pago pelos itens. Foi fechado,
então, o contrato para a compra de 300 aparelhos, ao preço de 28.900 dólares
cada.

O pagamento foi feito antes da entrega dos respiradores,
que não ocorreu porque a empresa chinesa responsável pelo fornecimento já não
tinha mais aparelhos. Como Cristiana Taddeo já tinha pagado as comissões dos
atravessadores do negócio, não conseguiu devolver o dinheiro.

Costa se defende

Rui Costa se defendeu em nota enviada ao Tab Uol, na qual
diz que “após a não
entrega dos respiradores, o então governador Rui Costa determinou que a
Secretaria de Segurança Pública da Bahia abrisse uma investigação contra os
autores do desvio dos recursos destinados a compra dos equipamentos”.

Os mesmos
foram presos pela Polícia Civil por ordem da Justiça baiana semanas após a
denúncia”
, diz a nota, que segue:

“O ex-governador nunca tratou com nenhum
preposto ou intermediário sobre a questão das compras deste e de qualquer outro
equipamento de saúde. Durante a pandemia, as compras realizadas por estados e
municípios no Brasil e no mundo inteiro foram feitas com pagamento antecipado.
Esta era a condição vigente naquele momento. O ex-governador Rui Costa deseja
que a investigação prossiga e que os responsáveis pelo desvio do dinheiro
público sejam devidamente punidos e haja determinação judicial para ressarcimento
do erário público”.

 

Por Redação O Antagonista

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