Entre 2013 e 2024, o Brasil contabilizou a prisão de 11 deputados federais, estabelecendo uma média de um parlamentar detido por ano. Os casos envolvem políticos de diferentes partidos e espectros ideológicos, com acusações que vão desde corrupção e lavagem de dinheiro até homicídio. A possível prisão da deputada Carla Zambelli, com mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), poderá elevar esse número para 12, reforçando um histórico de instabilidade e judicialização no Congresso Nacional.
O primeiro caso após a Constituição de 1988 foi o de Natan Donadon (PMDB-RO), preso em 2013 por peculato e formação de quadrilha. Desde então, nomes como Eduardo Cunha, Paulo Maluf, Daniel Silveira e Flordelis dos Santos de Souza também foram detidos, alguns ainda no exercício do mandato. Em certos episódios, os parlamentares chegaram a frequentar a Câmara usando tornozeleiras eletrônicas ou cumprindo pena em regime semiaberto, como ocorreu com Celso Jacob (MDB-RJ). A cassação de mandatos, em alguns casos, só ocorreu após pressão pública ou decisões judiciais.
A recorrência desses episódios levanta questionamentos sobre os mecanismos de controle e responsabilização de agentes públicos no Brasil. Embora o sistema jurídico tenha atuado em diversas frentes, a frequência de prisões evidencia fragilidades institucionais e a necessidade de reformas que fortaleçam a integridade do Legislativo. A diversidade partidária dos envolvidos também indica que o problema transcende ideologias, refletindo uma crise ética mais ampla na política nacional.
