Empresária do Acre alerta: novas regras da CNH colocam vidas e renda em risco

Acre

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O Ministério dos Transportes anunciou uma consulta pública que pode alterar as regras para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A proposta permitiria que candidatos escolhessem como fazer os exames teórico e prático, sem a exigência de contratação de autoescola. Segundo o governo, a mudança poderia reduzir até 80 % do custo da habilitação, que em muitos estados ultrapassa R$ 3 000.  

Daniele Ulrich, empresária do Acre dona de autoescola e integrante do Instituto Nacional de Mulheres pelo Trânsito, afirma que o discurso oficial oculta riscos graves. Ela ressalta que somente com taxas fixas , exames médicos, psicotécnico e taxas do Detran , o candidato já desembolsa cerca de R$ 870, valor que “não some”. 

Para Daniele, uma das mudanças mais polêmicas é o fim da carga horária mínima obrigatória de 20 horas de aula prática. Ela defende que flexibilizar essa exigência pode elevar o risco de acidentes, especialmente porque muitos alunos nunca dirigiram antes. Argumenta que direção não se aprende sozinho ou apenas com plataformas digitais, mas com acompanhamento profissional.  

No Acre existem 54 autoescolas, responsáveis por mais de 600 empregos diretos. Daniele afirma que muitas são negócios familiares, liderados por mulheres que sustentam suas casas, e que a mudança ameaça pequenos empreendimentos locais e a renda dessas famílias.  

Atualmente, para tirar a CNH categoria AB no Acre, o custo médio somando serviços de autoescolas é de R$ 2.615, aos quais acrescem aproximadamente R$ 870 em taxas e exames obrigatórios. Daniele afirma que exames médico e psicotécnico são fundamentais para avaliar se o candidato tem condições cognitivas e emocionais de dirigir.