O governo do Acre decretou situação de emergência em todo o estado devido à estiagem prolongada e ao aumento das temperaturas. A medida, oficializada pelo Decreto nº 11.733 e publicada no Diário Oficial, terá validade de 180 dias. A decisão foi tomada após o agravamento das condições climáticas, que vêm se intensificando desde os anos de 2023 e 2024, marcados por uma das maiores crises hídricas da história recente do estado. O fenômeno El Niño, responsável por alterar o regime de chuvas, contribuiu diretamente para a queda acentuada no nível dos rios da bacia amazônica que cortam o território acreano.
No primeiro semestre de 2025, o volume de chuvas ficou abaixo do esperado, agravando ainda mais o cenário. A estação seca, que se estende de maio a novembro, tem sido marcada por temperaturas elevadas, baixa umidade do ar e ventos intensos. Esses fatores têm provocado uma redução significativa no nível dos rios, comprometendo o abastecimento de água, a navegabilidade e a logística de transporte. Comunidades ribeirinhas enfrentam dificuldades para receber suprimentos, enquanto produtores rurais lidam com a escassez de água, degradação das pastagens e perdas na agricultura. A situação também ameaça o calendário escolar, especialmente nas regiões mais afetadas.
Diante da gravidade do quadro, o governo estadual, por meio da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDC), tem mobilizado recursos e articulado ações com autoridades federais e municipais. O objetivo é mitigar os impactos da seca, garantir assistência às comunidades isoladas e preservar o bem-estar da população. Órgãos do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC) estão autorizados a prestar apoio suplementar às áreas atingidas, reforçando a resposta emergencial e a logística necessária para enfrentar os desafios impostos pela estiagem.