Estudo aponta quase 70 internações por envenenamento no Acre e três mortes em uma década

Acre
primeiros-socorros-para-envenenamento_10221 Estudo aponta quase 70 internações por envenenamento no Acre e três mortes em uma década

Um levantamento da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) revelou que o estado do Acre registrou 67 internações por envenenamento entre 2015 e 2024, com três mortes confirmadas no período. Os casos envolvem intoxicações acidentais, indeterminadas e propositalmente causadas por terceiros, sendo atendidos em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Embora o número seja inferior ao de outros estados da Região Norte, como Pará e Amazonas, os dados acendem um alerta sobre os riscos e a gravidade das intoxicações, especialmente em populações vulneráveis.

O estudo mostra que os episódios de envenenamento no Acre atingiram principalmente homens, com maior incidência em 2023, quando dez pessoas foram internadas. Em três ocasiões — nos anos de 2020, 2021 e 2023 — houve confirmação de intoxicação proposital causada por terceiros. As substâncias envolvidas variam entre medicamentos, produtos químicos e pesticidas, e a gravidade dos casos depende diretamente da rapidez no atendimento médico. A coordenadora do Comitê de Toxicologia da Abramede, Juliana Sartorelo, destacou que o suporte vital imediato é essencial para salvar vidas, mesmo antes da identificação do agente intoxicante.

Em nível nacional, o Brasil registrou mais de 45 mil atendimentos por envenenamento entre 2009 e 2024, o que equivale a um caso a cada duas horas. A pesquisa também aponta que adultos jovens e crianças pequenas são os grupos mais suscetíveis a esse tipo de emergência. No Acre, os dados reforçam a necessidade de campanhas educativas, protocolos de resposta rápida e maior controle sobre o uso e armazenamento de substâncias tóxicas. A divulgação do estudo ocorre em meio a discussões sobre políticas públicas de saúde preventiva e segurança química, com foco na redução de riscos à população.