A escassez de medicamentos no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac) tem comprometido gravemente o tratamento de pacientes psiquiátricos. Dos 60 tipos de remédios utilizados na unidade, 30 estão em falta, o que tem resultado em surtos e internações evitáveis. A sobrecarga de trabalho recai sobre os servidores, que têm buscado alternativas paliativas como amostras de laboratórios e medicamentos próximos ao vencimento para evitar desassistência e episódios de violência. Muitos profissionais relatam ameaças e agressões por parte de pacientes e familiares, frustrados pela indisponibilidade de itens básicos para continuidade dos cuidados.
Em visita técnica realizada no último dia 18, representantes do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) classificaram o cenário como alarmante e defenderam a abertura de investigação sobre o desabastecimento. A primeira-secretária da entidade, Kátia Campos, reforçou que a interrupção nos tratamentos afeta diretamente o bem-estar dos pacientes, podendo gerar complicações médicas e impacto social. Um relatório será enviado a órgãos fiscalizadores como Ministério Público, Conselho Regional de Medicina e à própria Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), na tentativa de pressionar por medidas urgentes.
Outro ponto crítico foi identificado no Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e outras Drogas (Caps AD III), onde a falta de medicamentos e a carência de profissionais médicos dificultam o atendimento integral. Durante inspeção realizada no dia 16, diretores do sindicato constataram que há apenas um consultório disponível, estrutura considerada insuficiente para a demanda atual. A entidade afirma que levará os casos ao Conselho Estadual de Saúde, exigindo esclarecimentos da gestão estadual e ações imediatas para assegurar o funcionamento adequado das unidades.