Farra do INSS: Escritório de Nelson Wilians movimentou R$ 4,3 bilhões em operações suspeitas

Acre

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Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviados à Polícia Federal revelam que o escritório do advogado Nelson Wilians movimentou R$ 4,3 bilhões em operações consideradas suspeitas entre 2019 e 2024. Os dados surgem no contexto da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes em descontos indevidos aplicados a aposentados do INSS. Embora Wilians não seja formalmente investigado, ele realizou pagamentos milionários a Maurício Camisotti, empresário apontado como um dos principais beneficiários do esquema.

As transações mais expressivas ocorreram entre setembro de 2021 e abril de 2022, com movimentações que ultrapassaram R$ 1 bilhão. O Coaf também identificou repasses de R$ 15,5 milhões de Wilians para Camisotti, incluindo valores transferidos como pessoa física. A defesa do advogado afirma que os pagamentos referem-se à compra de um imóvel e que todas as operações são legítimas, compatíveis com a estrutura do escritório e sem relação com atividades ilícitas. O escritório também nega qualquer envolvimento com fraudes ou irregularidades.

A investigação levanta questionamentos sobre a relação entre prestadores de serviços jurídicos e entidades envolvidas em esquemas de descontos indevidos. Parte das transações ocorreu durante o período em que empresas ligadas a Camisotti e ao escritório de Wilians prestavam serviços ao Geap, plano de saúde dos servidores federais. Após mudanças na gestão do Geap em 2019, os contratos foram encerrados, dando início a disputas judiciais que ainda tramitam. O caso segue sob análise da Polícia Federal, que investiga possíveis conexões entre os envolvidos.