O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reagiu com ironia ao pedido de condenação apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e outros sete réus. O documento foi encaminhado na noite de segunda-feira (14) ao Supremo Tribunal Federal (STF), como parte das alegações finais do processo que apura tentativa de golpe de Estado. Em publicação nas redes sociais, Flávio criticou o procurador-geral Paulo Gonet, sugerindo que ele teria perdido o discernimento. “No nosso dicionário não existe a palavra medo, existe a palavra fé!”, escreveu o parlamentar.
O pedido da PGR foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes e propõe a condenação por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. A análise segue agora para julgamento, previsto para setembro. O relatório tem 517 páginas e se refere ao chamado “núcleo 1” da suposta articulação golpista que teria atuado contra o resultado das eleições de 2022.
Flávio Bolsonaro também afirmou que “a democracia no Brasil foi sequestrada”, retomando uma declaração do ministro Cristiano Zanin, que em 2016 era advogado do então ex-presidente Lula. A PGR não comentou as críticas públicas, mantendo o foco nas etapas processuais. A manifestação oficial marca a reta final do processo judicial e será avaliada pelo STF antes da eventual definição das penas. O caso segue mobilizando atores políticos e jurídicos em meio às discussões sobre responsabilização de autoridades por atos considerados antidemocráticos.
