A estrutura física do Hospital João Câncio Fernandes, em Sena Madureira, voltou a ser alvo de críticas após inspeção realizada pelo Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed/AC) nos dias 19 e 20 de setembro. A visita identificou improvisações nos espaços de atendimento, riscos à saúde de profissionais e pacientes, além da paralisação das obras de ampliação da unidade. Segundo o sindicato, embora a ala antiga tenha passado por reformas, os ajustes não foram suficientes para garantir segurança e eficiência. A recepção do pronto atendimento foi deslocada para a calçada externa, enquanto a área de urgência ocupa o antigo espaço da cozinha e do refeitório.
Outro ponto crítico é a sobreposição de serviços em ambientes inadequados. A enfermaria reformada divide espaço com o laboratório de análises clínicas e o setor de raio-X, onde um aparelho móvel opera em sala sem proteção contra radiação, expondo trabalhadores e pacientes a riscos graves. A escassez de profissionais também compromete o funcionamento da unidade. De acordo com o Sindmed/AC, a escala médica atual é insuficiente para atender às demandas dos setores de urgência, maternidade, enfermarias e centro cirúrgico. As transferências realizadas pelo Samu exigem acompanhamento médico, o que agrava ainda mais a sobrecarga.
Diante do cenário, o sindicato defende a contratação de pelo menos três médicos para reforçar a escala diária e garantir cobertura adequada durante a semana. A entidade também cobra a retomada das obras de ampliação, paralisadas segundo informações colhidas durante a inspeção. Para Osvaldo Leal, presidente do Conselho Estadual de Saúde do Acre (CES/AC), a conclusão da nova estrutura é essencial para assegurar atendimento digno à população. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) ainda não se pronunciou sobre os resultados da visita técnica.



