As comunidades indígenas da
BR-317 estão de luto e indignadas com a morte trágica da indígena Maria
Angélica Apurinã e seu esposo Sebastião, ocorrida no último sábado (15). O
casal perdeu a vida após ser atingido frontalmente por um veículo. Horas depois,
o carro envolvido no acidente pegou fogo no local.
Na manhã desta segunda-feira
(17), lideranças indígenas e organizações iniciaram um protesto silencioso,
hasteando bandeiras pretas ao longo dos territórios indígenas de Boca do Acre e
da Terra Indígena do km 124. Segundo os manifestantes, a mobilização seguirá em
silêncio até a próxima quarta-feira (19). Caso não haja uma resposta concreta
das autoridades municipais, a BR-317 será bloqueada, elevando o protesto para
outro nível.
Além de exigir justiça pela morte
do casal, os indígenas reivindicam um policiamento de trânsito mais eficaz em
Boca do Acre, buscando evitar que novas vidas sejam ceifadas de maneira
irresponsável. A situação é ainda mais delicada, pois as três filhas das
vítimas ficaram desamparadas.
Os indígenas reforçam que a luta
não é apenas pela memória de Maria Angélica e Sebastião, mas também pelo
direito à segurança nas rodovias e pelo respeito às populações originárias que
vivem às margens da BR-317.
Por Agostinho Alves


