A 2ª Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Rio Branco absolveu o ex-padre Fábio Amaro da acusação de estupro contra um jovem, por falta de provas. O caso, que ganhou repercussão em 2023, envolvia denúncias de abuso sexual supostamente cometidos entre 2008 e 2009, quando o religioso atuava em paróquias do Acre. A decisão judicial considerou que os elementos apresentados não foram suficientes para comprovar a materialidade do crime, apesar da relevância atribuída à palavra da vítima em casos dessa natureza.
Durante o processo, a defesa apresentou declarações escritas e testemunhos que, segundo a advogada Emília Florentino, demonstraram a ausência de fundamentos para sustentar a acusação. O juiz responsável destacou que os relatos das testemunhas foram superficiais e que não houve documentos que comprovassem os efeitos do crime na época ou posteriormente. A sentença reforçou o princípio da presunção de inocência e a necessidade de provas consistentes para condenações criminais, especialmente em casos sensíveis como os de violência sexual.
A vítima, no entanto, reagiu com indignação à absolvição e afirmou que vai recorrer da decisão. Em depoimento, o jovem lamentou o desfecho e disse que continuará lutando para que outras vítimas não sejam silenciadas. “Canonizam o silêncio, institucionalizam o abuso, mas eu sigo vivo. Ferido, mas não calado”, declarou. A Diocese de Rio Branco, que havia solicitado a renúncia do padre após tomar conhecimento das denúncias, confirmou que o religioso deixou o estado e atualmente reside em Pernambuco. O caso segue gerando repercussão e levanta debates sobre os desafios da responsabilização em crimes sexuais.
*Com informações do G1 Acre
