O laudo da biópsia realizada na bebê Aurora Maria Oliveira Mesquita, de apenas um mês, descartou a suspeita de epidermólise bolhosa, doença genética rara inicialmente cogitada pela equipe médica do Acre. A criança sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus durante um banho com água quente na Maternidade Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul, no dia 22 de junho. O resultado da análise, divulgado no dia 5 de agosto, apontou ausência de variantes patogênicas que justificassem o quadro clínico, confirmando que as lesões foram causadas por queimaduras térmicas.
Aurora foi transferida para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, onde permaneceu internada por mais de um mês e passou por procedimentos para evitar amputações. A bebê chegou a ficar 39 minutos sem batimentos cardíacos durante o tratamento, mas apresentou recuperação significativa. Após receber alta no dia 31 de julho, ela retornou com a família ao Acre no dia 6 de agosto. O caso gerou comoção e mobilizou autoridades locais, incluindo o Ministério Público, a Polícia Civil, a Secretaria de Saúde e o Conselho Regional de Enfermagem, que acompanham as investigações.
O delegado responsável pelo inquérito, Vinicius Almeida, informou que a técnica de enfermagem envolvida no incidente deve ser indiciada por lesão corporal grave, com possibilidade de enquadramento mais severo caso exames complementares confirmem deformidade permanente. A profissional foi afastada e poderá ser demitida ao fim do processo administrativo. A família da bebê registrou boletim de ocorrência e segue buscando responsabilização pelo ocorrido. O caso reforça a importância da apuração rigorosa e da responsabilização em situações que envolvem negligência no atendimento à saúde de recém-nascidos.