Durante visita ao município de Missão Velha, no Ceará, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou R$ 1,4 bilhão em investimentos federais para a conclusão da ferrovia Transnordestina. A obra, iniciada em 1959 e retomada em 2006, ganhou novo impulso com o compromisso do governo em garantir recursos até o final do mandato. A Transnordestina promete integrar 53 municípios em quatro estados e facilitar o escoamento de grãos, minérios e combustíveis, com uma malha ferroviária de mais de 1.200 km entre Eliseu Martins, no Piauí, e o porto de Pecém, no Ceará. Lula destacou que seu objetivo é entregar pelo menos 99% da ferrovia pronta, evitando interrupções causadas por falta de financiamento.
Em seu discurso, Lula fez uma defesa enfática da inclusão social e criticou decisões orçamentárias tomadas sem atenção à população mais vulnerável. “Não é fácil gostar de pobre. Não tem apenas que ter cabeça, tem que pensar com o coração”, afirmou. Segundo o presidente, o orçamento deve ser elaborado com sensibilidade às desigualdades, e não apenas em mesas de elites. A fala reflete a linha política adotada pelo governo, que busca priorizar ações de combate à pobreza e investimentos em infraestrutura com impacto direto na população. Ao lado do governador Elmano de Freitas e do ministro dos Transportes, Renan Filho, Lula garantiu que o projeto não será interrompido por problemas técnicos ou orçamentários.
A reativação da Transnordestina é tratada como uma obra estratégica tanto para o desenvolvimento regional quanto para a integração logística do Nordeste ao restante do país. Além do impacto econômico, o projeto carrega uma simbologia política e social, com Lula reiterando seu compromisso com políticas públicas que contemplem todos os brasileiros. A promessa de conclusão da ferrovia representa mais que um investimento em infraestrutura: é uma mensagem de valorização das regiões historicamente marginalizadas e um chamado ao protagonismo do interior nordestino na economia nacional.