Lula diz que são os bancos que tomam terras dos agricultores e não o MST

Brasil

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Segundo o presidente, “faz tempo que os sem-terra não
invadem terra”, apesar de o MST ter intensificado as ocupações em busca de
reforma agrária em seu governo

O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT)
 afirmou nesta segunda-feira (1º/7) que
os bancos são os responsáveis por tirar terra dos agricultores, e não o Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
. Também afirmou que “faz
tempo que os sem-terra não invadem”, e que o movimento
se transformou nos maiores produtores de arroz e outros alimentos.

O MST, porém, mantém as invasões e as aumentou em número no
governo atual. Eles defendem a distribuição democrática da terra e a ocupação
de terras improdutivas, para serem destinadas à agricultura familiar.

“Esses dias eu vi o ministro da Agricultura,
companheiro [Carlos] Fávaro, dizer que o agronegócio não deveria ter medo das
ocupações dos sem-terra, porque quem está tomando terra deles hoje são os
bancos, que compram os títulos da dívida agrária deles. E o banco, quando
compra um título, é imperdoável. Ele vai em cima e recebe ou toma a
terra”, declarou Lula em entrevista à Rádio Princesa, de Feira de Santana, Bahia.

O presidente está na cidade baiana para anunciar
investimentos em rodovias e assinar contratos do Minha
Casa, Minha Vida
. A visita faz parte de uma série de viagens que Lula
realiza nas últimas semanas para alavancar pré-candidatos aliados para as
eleições de outubro.

Invasões

O chefe do Executivo também defendeu o MST, após ter
sido questionado sobre a preocupação do agronegócio com o aumento nas
invasões.

“Ora, faz tempo que sem-terra não invade terra nesse
país. Faz muito tempo. Faz muito tempo os sem-terra fizeram a opção de se
transformar em pequenos produtores altamente produtivos. Inclusive, é o maior
produtor de arroz orgânico da América Latina, e colocar alimento saudável na
mesa do trabalhador”, afirmou o presidente.

Em
abril, mês em que historicamente o MST aumenta suas atividades
, o
movimento contabilizou pelo menos 24 invasões. Eles lutam pela democratização
do acesso à terra e pela redestinação de áreas improdutivas, para moradia e
agricultura familiar.

Lula defendeu ainda que a Constituição define como deve ser
feita a reforma agrária, que o seu governo anterior e o de Dilma Rousseff
destinaram 51 milhões de hectares para a reforma.

Plano Safra

O presidente também destacou o lançamento
do Plano Safra 2024/2025, que ocorre na próxima quarta-feira (3/7), no Palácio
do Planalto.
 Segundo ele, a iniciativa vai ser mais do que a do
ano passado, que bateu o recorde do financiamento para o agro. A
expectativa é que o crédito destinado aos produtores chegue a R$ 500 bilhões.

“Eu acho que nós temos que levar em conta hoje que o
agronegócio é responsável por grande parte da riqueza esse país, e é importante
que continue assim. Nós temos que alimentar um bilhão e 400 milhões de
chineses, um bilhão e 400 milhões de indianos, um monte de
gente espalhada pelo mundo, e o Brasil tem um potencial agrícola
extraordinário”, afirmou o chefe do Executivo.

 

Por Correio Braziliense

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