O Acre vem mantendo o destaque no
Sanda, modalidade conhecida popularmente como boxe chinês. Após mais dois
atletas acreanos juvenis garantirem vaga na Seleção Brasileira de Kung Fu Wushu,
o número 1 na modalidade no Brasil, Enoque Kennedy Ferreira, está entre os três
atletas brasileiros que vão representar o país na 10ª Copa do Mundo de Sanda,
que será realizada em Jiangyin, na China, entre os dias 5 e 10 de abril.
As passagens para que o atleta
represente não só o Acre, mas o Brasil na disputa, foram garantidas pela
Secretaria Extraordinária de Esporte e Lazer do Acre (Seel), que tem mantido o
pagamento dos bilhetes aéreos para que os atletas possam escalar os mais altos
níveis na modalidade, que vem crescendo no estado e no país.
Enoque Kennedy atualmente é
tricampeão na categoria Adulto Masculino 85 kg e número 1 do ranking nacional
em sua categoria. O atleta também conquistou o ouro no Pan-Americano.
Adgeferson Diniz, presidente da
Federação Acreana de Kung Fu Wushu e técnico da seleção acreana, reconheceu o
apoio fundamental do Estado para esses resultados e diz que agora o foco de
Kennedy está no treinamento para que possa representar bem o país.
Kennedy Ferreira foi descoberto
em um projeto social há mais de 12 anos pelo heptacampeão brasileiro de boxe
chinês Adgeferson Diniz. “Depois de mim, ele está sendo o atleta que mais tem
conseguido títulos nacionais e internacionais para o Acre na nossa modalidade.
Hoje estamos com três atletas da seleção brasileira e também estamos
esperançosos também que os nossos atletas juvenis consigam a sua vaga no 9º
Campeonato Sul-americano de Wushu”, destaca o presidente da Federação.
O atleta é acompanhado por uma
equipe composta por um preparador físico, nutricionista e orientação técnica. A
média é de quatro treinos por dia. “Estamos esperançosos que ele consiga um bom
resultado na China e consiga levantar e representar bem o nosso estado, nosso
país. Estamos muito felizes em estar entre os melhores do mundo na nossa
modalidade”, enfatiza Diniz.
Três acreanos na seleção
Além disso, a Federação Acreana
também comemora a inclusão de mais dois atletas acreanos na Seleção Brasileira
de Kung Fu Wushu. Em fevereiro, Rafael Melo, de 14 anos, e Lukas Souza, de 15,
passaram pela classificatória e agora fazem parte do time brasileiro.
Agora, a próxima etapa é a
disputa de vagas para composição da Seleção Brasileira de Wushu, visando a
todos os eventos do Calendário Oficial, como o 9º Campeonato Sul-americano de
Wushu, que será realizado de 12 a 15 de junho em Buenos Aires, na Argentina.
Prestes a completar 15 anos,
Rafael, que já é campeão na categoria infantil até 56 quilos, agora vai
disputar uma vaga na categoria juvenil até 60 kg. Já Luciano, que garantiu o
vice-campeonato no ano passado, vai disputar uma vaga para representar o Acre
na categoria juvenil até 75 kg.
O processo seletivo será efetuado
no fim de abril no Ginásio da Faculdade de Educação Física da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo.
“A gente está muito feliz. Esse é
um grande marketing para o esporte, que está cada vez crescendo mais. E isso só
prova que o nosso estado tem talentos, pessoas capacitadas que podem ensinar.
Esperamos crescer cada vez mais, com o apoio do governador Gladson Cameli e do
secretário de Esportes, Ney Amorim, e irmos cada vez mais longe”, espera.
O Acre no topo
O secretário Ney Amorim esclarece
que a Seel vem apoiando muitos atletas acreanos de diferentes modalidades, garantindo
que consigam estar em competições nacionais e internacionais.
“A forma que melhor conseguimos
apoiar os atletas foi pela aquisição de passagens aéreas. Já aconteceu de
conseguirmos apoiar com hospedagem e material para treino também, mas nosso
objetivo é realizar o planejamento e execução da Secretaria de Esportes e
Lazer, de forma que possamos fazer dela a casa dos atletas acreanos,
apoiando-os da forma que precisarem”, garante.
Questionado sobre o Acre ter
atletas em competições importantes, que elevam o nome do estado nacionalmente,
diz que esse é um recado importante que o poder público passa aos jovens.
“Ver o potencial e o talento
esportivo dos atletas acreanos abraçando nossa bandeira não apenas Brasil
afora, mas no mundo, faz aquelas crianças e adolescentes de periferia, como eu
fui um dia, sentirem que podem alcançar seu sonho, se acreditarem e se se
dedicarem a isso, sendo muitas vezes essa a oportunidade de sair do estado de
vulnerabilidade em que se encontram. É bom também para que a sociedade acreana
se sinta representada no país”, observa o secretário.
Por Tácita Muniz, em Agência de Notícias do Acre