A Polícia Civil do Rio de Janeiro apresentou nesta quarta-feira (29) o balanço final da megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, considerada a mais letal da história do estado. Segundo o secretário Felipe Curi, a ação resultou em 119 mortes, sendo 58 registradas no dia da operação e 61 corpos encontrados posteriormente em áreas de mata. Além disso, 113 pessoas foram presas, das quais 33 são oriundas de outros estados, e 10 adolescentes foram apreendidos. A operação teve como objetivo desarticular núcleos do Comando Vermelho, que utilizavam as comunidades como base estratégica para expansão territorial.
Durante a coletiva, Curi classificou a ação como uma “ação legítima” das forças de segurança e afirmou que o impacto sobre a facção criminosa foi o maior desde sua fundação. Foram apreendidas 118 armas, incluindo 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver, além de 14 artefatos explosivos. As autoridades também recolheram toneladas de drogas, ainda em processo de contabilização. O secretário destacou que a operação representou uma perda significativa de recursos e lideranças para o Comando Vermelho, reforçando o papel das forças policiais no enfrentamento ao crime organizado.
A operação mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar e foi acompanhada por críticas de entidades de direitos humanos, que questionam a proporcionalidade da força empregada e o número elevado de mortes. Apesar disso, o governo estadual defende a legalidade da ação e afirma que os policiais agiram dentro dos protocolos estabelecidos. O caso segue sendo monitorado por órgãos independentes e pela Defensoria Pública, que apontam a necessidade de investigação sobre possíveis excessos.


