Ministério da Saúde anuncia R$ 55 milhões em ações de prevenção e tratamento da hanseníase

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Recursos serão destinados à realização de pesquisas e ao apoio de
organizações não governamentais para o enfretamento à discriminação e para a
educação em saúde

 O Ministério da Saúde vai
investir este ano cerca de R$ 55 milhões para a prevenção e o tratamento da
hanseníase no Brasil. O anúncio foi feito, nesta terça-feira (23), durante o
evento ‘Compartilhar Desafios: Janeiro Roxo 2024 – Uma jornada para a integração
e avanços em hanseníase’, em Brasília. A maior parte dos recursos, R$ 50
milhões, será repassada diretamente para 955 municípios nas 27 unidades da
federação para a execução de ações prioritárias, objetivando a eliminação da
doença como problema de saúde pública no país. Tais cidades são classificadas
como de alta endemia – quando há o registro de mais de 10 casos por 100 mil
habitantes. 

A
medida faz parte da estratégia do ministério, no âmbito do Comitê
Interministerial para Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças
Determinadas Socialmente (Ciedds). As políticas do governo brasileiro estão
alinhadas com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que tem como meta eliminar
as doenças negligenciadas, como a hanseníase, até 2030. 

Os
municípios selecionados deverão investir os recursos em ações como a busca
ativa para detecção de casos novos de hanseníase; aplicação de testes rápidos
nos contatos de casos registrados a partir de 2023, para rastreio daqueles com
maior chance de adoecimento; resgate de casos em situação de abandono, dentre
outros.

Durante
a abertura do Janeiro Roxo, a pasta anunciou também mais R$ 4 milhões para
investimento em pesquisa de novos medicamentos para o tratamento da hanseníase,
e R$ 1 milhão para abertura de edital direcionado às organizações não
governamentais brasileiras (ONGs) para ações de enfretamento ao estigma e a
discriminação e educação em saúde
.

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 Ensaio clínico para a vacina

Os novos investimentos anunciados hoje (23) somam-se aos R$ 5 milhões, já
liberados em 2023, pela pasta, para pesquisa e desenvolvimento nacional de uma
vacina e novos testes para hanseníase. São recursos aplicados no âmbito da
Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da
Saúde (CEIS), que visa expandir a produção nacional de itens prioritários para
o SUS e reduzir a dependência do Brasil de produtos de saúde estrangeiros. 

Neste
momento, o Ministério da Saúde financia, juntamente com a Fiocruz, o ensaio
clínico para avaliar a eficácia da 
Lepvax, primeira vacina específica para hanseníase do
mundo, que aguarda liberação da Anvisa para prosseguir os testes.  No ano
passado, o ministério também investiu na produção de teste rápido para a
doença: ao todo, foram distribuídos 150 mil testes para avaliação de contatos
nos 27 estados. Vale lembrar que o Brasil é o primeiro país do mundo a ofertar
testes rápidos para detecção da hanseníase na rede pública.

No
âmbito do governo federal, os esforços têm sido para buscar alcançar a equidade
em saúde e a redução das desigualdades sociais. No ano passado, o Ciedds foi
estabelecido por meio do Decreto 11.494/23. Além disso, o presidente Lula
sancionou a lei que institui indenização em formato de pensão vitalícia aos
filhos daqueles que ficaram isolados em colônias de pessoas acometidas pela
hanseníase no século passado e foram separados de seus pais.

Boletim
epidemiológico lançado


A hanseníase é uma doença negligenciada que afeta milhares de pessoas
em todo o mundo, principalmente nos países em desenvolvimento. O controle
representa um desafio para os sistemas de saúde, mas é válido reforçar que a
doença tem cura. 

De
acordo com o 
Boletim
Epidemiológico de Hanseníase 2024
, lançado hoje, em 2022, foram registrados
em todo o mundo 174.087 casos novos da doença, correspondendo a uma taxa de
detecção de 21,8 casos por 1 milhão de habitantes. Índia, Brasil e Indonésia
reportaram mais de 10 mil casos novos de hanseníase cada um. O Brasil permanece
em 2º lugar no ranking de novos casos.

Quanto
aos dados gerais, de 2013 a 2022, foram notificados 316.182 casos de hanseníase
no Brasil. Desse total, 80,6% (254.918) foram casos novos, sendo 55,6%
(141.671) em homens. A razão de sexo aumentou de 1,2 (doze homens para cada dez
mulheres) em 2013, para 1,3  em 2022. 

Com
relação à taxa de detecção, no período entre 2013 e 2019, ela reduziu 14,3%. A
incidência saiu de 15,44 casos novos por 100 mil habitantes em 2013 para 13,23
casos novos por 100 mil habitantes em 2019.

 

 

Por Ministério da Saúde

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