A Secretaria de Saúde de São Paulo confirmou duas mortes por ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica usada como solvente industrial e combustível. Desde junho, o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) registrou seis casos de intoxicação confirmados e outros dez em investigação. A situação tem gerado preocupação entre autoridades e especialistas, que alertam para os riscos do consumo de produtos não regulamentados, especialmente em regiões onde há circulação de bebidas clandestinas.
Segundo a Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (ABNO), os sintomas da intoxicação por metanol podem surgir entre 12 e 24 horas após a ingestão e incluem dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental e perda súbita da visão. Em casos graves, o composto pode causar cegueira irreversível, depressão do sistema nervoso central e até levar à morte. O diagnóstico é feito por exames laboratoriais e de imagem, e o tratamento exige intervenção imediata com antídotos, correção da acidez sanguínea e, em situações críticas, hemodiálise.
O metanol é um líquido incolor e inflamável, com alto potencial de toxicidade. Quando ingerido, é metabolizado pelo fígado em formaldeído e ácido fórmico, substâncias que provocam danos severos ao organismo. O Ministério da Justiça emitiu recomendações para reforçar a fiscalização e orientar a população sobre os riscos. Especialistas recomendam que consumidores evitem bebidas de origem duvidosa e fiquem atentos aos sintomas após o consumo. A investigação dos casos segue em andamento, e autoridades reforçam que denúncias podem ser feitas aos órgãos de vigilância sanitária.
