A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta segunda-feira (20) o uso do medicamento Mounjaro para o tratamento da apneia obstrutiva do sono em adultos com obesidade. A decisão, publicada no Diário Oficial da União, amplia o escopo terapêutico da tirzepatida, princípio ativo do remédio desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, já aprovado para controle do diabetes tipo 2 e da obesidade. A comercialização continuará restrita à prescrição médica, conforme as diretrizes sanitárias vigentes. A medida representa um avanço no combate a distúrbios respiratórios associados ao excesso de peso, condição que afeta milhões de brasileiros.
Segundo dados divulgados pela fabricante, os estudos clínicos de fase 3 indicaram que o uso da tirzepatida promoveu uma redução média de 20% no peso corporal dos participantes e diminuiu em até 30 episódios por hora as interrupções respiratórias durante o sono. O medicamento demonstrou ser cinco vezes mais eficaz que o placebo em pacientes que não utilizavam o CPAP, aparelho comumente indicado para manter as vias aéreas abertas. A apneia do sono é caracterizada por pausas repetidas na respiração, que podem comprometer a oxigenação e aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Os principais fatores de risco incluem obesidade, envelhecimento e alterações anatômicas.
A aprovação do Mounjaro para essa nova indicação reforça a estratégia da Eli Lilly de ampliar o uso clínico da tirzepatida, concorrente direta da semaglutida, presente em medicamentos como Ozempic e Wegovy. A aposta da farmacêutica no segmento de terapias metabólicas visa atender uma demanda crescente por soluções integradas para doenças crônicas associadas ao estilo de vida. Com potencial para movimentar bilhões de dólares no mercado global, o Mounjaro se consolida como uma das principais promessas da indústria farmacêutica na abordagem de condições multifatoriais como obesidade e distúrbios respiratórios.