O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) instaurou inquérito civil para apurar a conduta do prefeito de Bujari, João Edvaldo Teles de Lima, conhecido como “Padeiro”, durante a realização da ExpoBujari. A investigação foi motivada por reportagens que apontam a suposta distribuição de cédulas de dinheiro ao público, lançadas do palco pelo gestor municipal. O objetivo do MPAC é esclarecer os fatos e verificar se houve desvio de finalidade no uso da estrutura pública, com possível violação aos princípios constitucionais da Administração Pública, como o da impessoalidade.
A apuração considera ainda a origem dos recursos utilizados na ação, mesmo que provenientes da remuneração pessoal do prefeito, uma vez que o evento foi financiado com verbas públicas. O MPAC busca identificar se houve promoção pessoal do agente político em contexto custeado pelo erário, o que pode configurar ato de improbidade administrativa. A Promotoria de Justiça do Bujari requisitou à prefeitura documentos como o contrato administrativo do evento, comprovantes da origem dos valores distribuídos e o montante total repassado ao público.
Além da solicitação formal à gestão municipal, o Ministério Público determinou a coleta de vídeos e reportagens divulgadas nas redes sociais, bem como a oitiva de testemunhas que presenciaram o episódio. O inquérito segue em fase inicial e visa garantir a transparência na apuração dos fatos, respeitando os princípios legais e o direito à ampla defesa. O caso reacende o debate sobre os limites da atuação de agentes públicos em eventos institucionais e o uso de recursos em ações que possam ter conotação eleitoral ou promocional.