O incômodo da OAB com Alexandre de Moraes

Brasil

ALEXANDRE-MORAES-STF-2023-03.jpg O incômodo da OAB com Alexandre de Moraes


Ministro do STF proibiu comunicação entre os investigados da
Operação Tempus Veritatis, “inclusive através de advogados”

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
ainda aguarda do ministro Alexandre de Moraes (foto),
do Supremo Tribunal Federal (STF), uma alteração na decisão que proibiu
a comunicação
 entre os investigados pela Operação
Tempus Veritatis
, que apura a tentativa de um golpe de Estado
pelo grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O que incomoda especificamente a OAB é o
trecho que diz que está proibida a comunicação “inclusive através de advogados”.

“O
ministro Alexandre de Moraes tem acolhido os apontamentos da OAB referentes a
prerrogativas, que se inserem na proteção dos direitos e garantias individuais,
inclusive quando relacionados a advogados de réus do 8 de janeiro. A
expectativa é que nosso pedido para rever esse trecho específico da decisão
também seja acolhido”
, disse o presidente
da Ordem, Beto Simonetti, à Folha
de S.Paulo
.

“Inteiramente equivocada”

A presidente da OAB-SP, Patrícia
Vanzolini
, também reclamou publicamente da “proibição
de comunicação entre advogados imposta por ministro do STF”
.

“Essa
decisão me parece inteiramente equivocada”
, disse
Vanzolini nas redes sociais. “Isso na prática significa proibir os
próprios advogados de manter contato uns com os outros.”

Plenário virtual

Esse não é o primeiro atrito recente da OAB
com Moraes. Em setembro de 2023, a instituição se posicionou oficialmente contra
a utilização do plenário virtual
 para o
julgamento dos réus pelos atos de 8 de janeiro.

Após julgar os primeiros das
centenas de réus no plenário físico, em sessões que chamaram muita atenção e
serviram para que advogados se posicionassem contra o que classificaram como 
abusos
da Corte
, Moraes pediu a Rosa Weber, então presidente do STF, que migrassem o restante dos
processos para o plenário virtual.

Hora da verdade

A Operação Tempus Veritatis prendeu quatro
pessoas, entre elas dois ex-assessores diretos de Jair Bolsonaro. Desde sua
deflagração, em 8 de fevereiro, os investigados estão proibidos de se
comunicar. Entre eles estão Jair Bolsonaro e o presidente nacional do PL, Valdemar
Costa Neto
, o que, segundo seus defensores, afeta as tratativas
para as eleições municipais deste ano.

 

Por Redação
O Antagonista

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