A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, prevista para ser instalada nesta quarta-feira (20), já movimenta os bastidores políticos com pedidos de convocação. Um dos requerimentos mais polêmicos é o do Partido Liberal (PL), que pretende ouvir José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical, entidade que teve aumento expressivo de arrecadação nos últimos anos, segundo relatório da Polícia Federal.
De acordo com os dados apresentados, a receita do sindicato passou de R$ 17 milhões em 2019 para R$ 90 milhões em 2023, totalizando R$ 259 milhões no período. A entidade foi alvo de mandado de busca e apreensão, mas Frei Chico não é formalmente investigado. A oposição considera sua convocação “fundamental” para esclarecer o crescimento da arrecadação, enquanto a base governista ainda não se pronunciou sobre o pedido. A CPMI foi criada para apurar fraudes em aposentadorias e pensões, incluindo descontos indevidos e desvios de recursos de beneficiários.
A instalação da comissão também marca uma disputa de narrativas entre governo e oposição. Enquanto aliados de Bolsonaro tentam associar os desvios à atual gestão, o governo Lula sustenta que as irregularidades começaram em 2016 e só foram desmanteladas após ações recentes. A CPMI contará com deputados e senadores, e o cronograma de reuniões será divulgado após a sessão inaugural. A expectativa é que os primeiros requerimentos, incluindo o de Frei Chico, sejam votados ainda nesta semana.


 
	
 
						 
						