O orçamento do governo federal está em perigo iminente, com previsões alarmantes para os próximos anos. Em 2029, os gastos obrigatórios devem atingir a marca de R$ 2,838 trilhões, enquanto as despesas discricionárias, que incluem investimentos, devem despencar para míseros R$ 8,9 bilhões. Economistas alertam que essa queda drástica nas despesas discricionárias pode comprometer seriamente o desenvolvimento econômico do país.
Tiago Sbardelotto, economista da XP, explica que a inclusão dos gastos com precatórios a partir de 2027 é um dos principais fatores para essa mudança. Esses gastos, que são requisições do Judiciário para pagamento de dívidas do governo federal, devem tomar espaço das despesas discricionárias, resultando em uma queda de 41,3%. Além disso, o novo marco fiscal, que substituiu o teto de gastos, não tem sido eficaz em controlar o aumento dos gastos obrigatórios, exacerbando ainda mais a situação.
Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, destaca que o déficit primário é apenas uma parte do problema, com o juro real elevado do país pesando sobre o déficit nominal. Salto alerta que, sem um ajuste fiscal significativo a partir de 2027, o governo não conseguirá cumprir suas metas e o orçamento continuará em risco, gerando ruídos com o mercado e comprometendo o mandato atual.