A cadeia produtiva do açaí no Acre deu um passo importante rumo à industrialização com a assinatura de um convênio entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Cooperativa de Produtores, Coletores e Batedores de Açaí de Feijó (AçaíCoop). O acordo, firmado neste sábado (25), prevê a elaboração de um plano de negócios para a criação do Complexo Industrial do Açaí de Feijó, iniciativa que integra o programa Coopera+, voltado ao fortalecimento do cooperativismo e à estruturação de cadeias produtivas sustentáveis. A ação busca agregar valor ao fruto, que já possui Indicação Geográfica (IG), e ampliar sua presença em mercados nacionais.
A presidente da AçaíCoop, Julia Gomes, destacou que a falta de estrutura para produção em escala sempre foi um obstáculo para o crescimento da cooperativa, apesar do reconhecimento da qualidade do açaí local. Com a implantação do complexo, será possível atender grandes demandas e garantir que o processamento e a geração de valor ocorram dentro do próprio estado. A diretora da ABDI, Perpétua Almeida, ressaltou que o projeto representa uma nova etapa da política industrial brasileira, voltada ao desenvolvimento regional e à valorização da economia local. A expectativa é que mais de 2 mil famílias sejam diretamente beneficiadas nos municípios de Feijó, Tarauacá e Envira.
O terreno para a instalação do complexo já foi cedido pelo Governo do Estado e está localizado no Polo Industrial de Feijó. A estrutura permitirá o aumento da capacidade de processamento, atualmente estimada entre 35 e 40 toneladas mensais, e abrirá novas oportunidades de emprego e renda. Representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da prefeitura de Feijó também manifestaram apoio à iniciativa, destacando o potencial transformador do projeto para a economia regional. A proposta é que o açaí de Feijó deixe de ser apenas matéria-prima e passe a ser comercializado com valor agregado, fortalecendo a autonomia dos produtores locais.


