O Brasil contabiliza atualmente 113 parques tecnológicos distribuídos pelas cinco regiões do país, segundo dados divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) durante a 35ª Conferência da Anprotec, realizada em Foz do Iguaçu. O levantamento, feito em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), considera unidades em funcionamento, em implantação e em fase de planejamento. Esses ambientes reúnem mais de 2.700 empresas e instituições, mas a distribuição geográfica ainda é marcada por disparidades: até janeiro de 2025, 11 estados não contavam com nenhum parque ativo, e três sequer apresentavam iniciativas em andamento.
Para enfrentar esse desequilíbrio, o governo federal lançou em 2024 um edital de R$ 100 milhões voltado a estados que não haviam sido contemplados anteriormente. A proposta da Universidade Federal do Acre foi a única submetida na fase de habilitação, mas acabou rejeitada por critérios técnicos. Apesar disso, nove novos projetos foram aprovados em outras regiões, como Espírito Santo, Maranhão, Amapá, Tocantins, Alagoas, Sergipe e Amazonas. O crescimento da rede tem sido impulsionado por investimentos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que destinou R$ 670 milhões ao setor nos últimos anos.
O estudo também destaca que os parques mais eficientes estão ligados a universidades com forte produção científica e infraestrutura consolidada. A presença de incubadoras, programas de pós-graduação e redes de cooperação contribui para o desempenho desses polos. Ainda que recentes — com média de 13 anos —, os parques tecnológicos brasileiros já demonstram impacto econômico, com aumento de receita, geração de patentes e contratação de profissionais. No entanto, especialistas alertam que a criação desses espaços deve seguir critérios técnicos e não ser motivada por interesses eleitorais, sob risco de comprometer sua sustentabilidade e credibilidade.