O pastor evangélico Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos, suspeito de matar Auriscléia Lima do Nascimento em Capixaba (AC), já havia sido condenado por um crime semelhante há quase 25 anos. Em 2002, ele foi sentenciado a 28 anos de prisão pelo assassinato de Silene de Oliveira Marcílio, ocorrido em setembro de 2000 na zona rural de Senador Guiomard. A vítima foi estuprada e morta com pelo menos 16 facadas, na presença dos filhos pequenos. Apesar da gravidade do crime, Natalino cumpriu apenas seis anos em regime fechado e progrediu para o semiaberto por bom comportamento.
A história do primeiro crime voltou à tona após a nova acusação de feminicídio. Familiares de Silene relataram que Natalino era próximo da família e frequentava a casa da vítima. Segundo uma sobrinha, que preferiu não se identificar, ele nunca demonstrou arrependimento e chegou a ameaçar outros parentes após ser solto. A brutalidade do crime de 2000, somada ao novo caso, levanta questionamentos sobre a reincidência e a eficácia do sistema penal em casos de violência contra a mulher.
O delegado responsável pela investigação atual confirmou a identidade do suspeito e o histórico criminal. A nova acusação reacende o debate sobre feminicídios no Acre, estado que tem registrado índices preocupantes de violência de gênero. A reincidência de Natalino evidencia a necessidade de políticas públicas mais eficazes para proteção das vítimas e acompanhamento de agressores reincidentes. O caso segue sob investigação da Polícia Civil, e a prisão preventiva do suspeito já foi decretada.