PF conclui que Nikolas Ferreira cometeu injúria contra Lula, mas não indicia deputado

Sem categoria

 

Nikolas PF conclui que Nikolas Ferreira cometeu injúria contra Lula, mas não indicia deputado

Delegado afirma que as “declarações
ofensivas” de Nikolas Ferreira não estão protegidas pela Constituição;
deputado nega que agiu para ofender e defende sua imunidade parlamentar

A Polícia Federal concluiu nesta terça-feira (18) que o
deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) cometeu crime de injúria contra Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) ao dizer que o presidente é um “ladrão que deveria
estar na prisão”. A PF, no entanto, decidiu não indiciar o deputado “por se
tratar de crime de menor potencial ofensivo”.

O delegado Fabio Fajngold afirma que
“as declarações ofensivas do deputado federal Nikolas Ferreira não estão
protegidas pela imunidade constitucional” e, “pelo menos em tese, configuram o
crime de injúria contra o presidente da República”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR)
deve agora analisar o relatório final da PF e decidir se denuncia o deputado,
se solicita o arquivamento do caso ou se pede novas diligências aos
investigadores. A PGR defendeu em março a abertura do inquérito no Supremo
Tribunal Federal (STF).

Durante evento das Nações Unidas,
realizado em Nova Iorque em novembro do ano passado, o deputado afirmou que o
mundo seria um lugar melhor “se não tivessem tantas pessoas prometendo
melhorá-lo”, fazendo citação a Olavo de Carvalho, morto em 2022.

“Se encaixa perfeitamente com Greta
[Thunberg, ativista] e Leonardo DiCaprio [ator], por exemplo, que apoiaram o
nosso presidente socialista, chamado Lula, um ladrão que deveria estar na
prisão”, afirmou.

Dias depois do evento, o presidente
Lula acionou o então ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública,
pedindo que adotasse as medidas cabíveis contra o deputado. A Presidência da
República sustenta que Lula foi vítima de um discurso ofensivo à honra.

A PGR defendeu a abertura de uma
investigação contra Nikolas no STF alegando que o discurso “demonstra, sem
maiores dúvidas, a possível prática do crime de injúria contra o presidente”.

O vice-procurador-geral Hindenburgo
Chateaubriand Filho afirmou ao STF que o deputado tem assegurada imunidade
parlamentar por suas palavras, opiniões e votos, mas ponderou que a
prerrogativa “não se estende a situações que, sendo estranhas a essa causa, a
transformem em privilégio”.

O ministro Luiz Fux, responsável pelo
caso no STF, determinou em abril a abertura do inquérito. Fux entendeu haver
indícios da suposta prática de crime contra a honra de Lula e que a suspeita
“demanda esclarecimentos quanto à eventual tipicidade, materialidade e autoria
dos fatos imputados”.

O delegado da PF concluiu em seu
relatório que o deputado “agiu deliberadamente para insultar a honra do chefe
de Estado, utilizando um termo depreciativo de forma intencional e
premeditada”.

“A importância de um representante do
Legislativo discursar em uma cúpula internacional implica, no mínimo, um
planejamento prévio sobre suas palavras, o que torna ainda mais evidente a
natureza proposital da ofensa”, afirmou.

Em maio, Nikolas Ferreira prestou
depoimento à PF e afirmou que fez as declarações exercendo a livre manifestação
do seu mandato. O deputado disse que se tratou basicamente de uma manifestação
de pensamento e, portanto, a intenção não foi ofender Lula, “apenas se
manifestar dentro dos direitos garantidos por sua imunidade parlamentar”

O deputado disse que não se arrepende
das palavras proferidas e que defende sua imunidade parlamentar. “Que não pode
se arrepender de um direito baseado na Constituição, ou seria contraditório de
sua parte”, afirmou.

Procurado, o deputado afirmou que irá
se manifestar depois que tiver acesso ao relatório conclusivo da PF.

 

Por CNN

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *