A Polícia Federal (PF) iniciou, na noite da última segunda-feira (4), a extração de dados do novo aparelho celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apreendido durante operação que resultou em sua prisão domiciliar. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o ex-presidente ser acusado de descumprir medidas cautelares impostas anteriormente. O aparelho, um Samsung Galaxy S24, foi recolhido quando Bolsonaro chegava à sua residência no Jardim Botânico, em Brasília.
A análise do conteúdo está sendo conduzida por delegados da Diretoria de Inteligência Policial (DIP), setor responsável por investigações envolvendo Bolsonaro e aliados próximos. A perícia busca verificar se houve coordenação por parte do ex-presidente na publicação feita por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), sobre manifestações realizadas no fim de semana. Caso sejam encontradas evidências de envolvimento, Flávio poderá ser enquadrado por tentativa de obstrução de investigação. A publicação, posteriormente apagada, mostrava Bolsonaro discursando durante o ato.
Esta é a segunda vez que a PF apreende um celular de Bolsonaro. A primeira ocorreu em julho, quando foram impostas medidas como o uso de tornozeleira eletrônica. Com a nova ordem judicial, o ex-presidente está proibido de utilizar qualquer aparelho celular, direta ou indiretamente. A operação reacende tensões entre o Judiciário e aliados do ex-presidente, enquanto a oposição anuncia obstrução nas atividades legislativas em resposta à prisão. A segurança no STF foi reforçada após os desdobramentos da operação.