A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta disseminação de notícias falsas e crimes contra a honra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A apuração teve início após denúncia apresentada por um cidadão russo-brasileiro ao Ministério Público Federal (MPF), que encaminhou o caso ao Ministério da Justiça. A publicação em questão, divulgada no canal de WhatsApp de Bolsonaro, associava Lula ao regime de Bashar al-Assad, na Síria, e à execução de pessoas LGBTQIA+. O conteúdo foi removido, mas já havia circulado amplamente nas redes.
A investigação busca esclarecer o contexto da postagem, feita em janeiro deste ano, e avaliar o alcance da mensagem, que pode configurar crime de calúnia e violação da legislação sobre desinformação. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, solicitou formalmente a abertura do inquérito, que está sendo conduzido pela PF. A análise preliminar indica que a publicação não apenas distorce fatos, como também pode ter sido usada para incitar hostilidade contra o atual presidente. A Polícia Federal também avalia se houve intenção deliberada de manipular a opinião pública por meio de conteúdo falso.
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em outro processo. A nova investigação se soma a uma série de apurações que envolvem o ex-presidente, incluindo suspeitas de ataques às instituições democráticas e uso indevido de redes sociais. Especialistas apontam que o caso pode ter implicações jurídicas relevantes, especialmente por envolver acusações sensíveis e de repercussão internacional. Até o momento, a defesa de Bolsonaro não se pronunciou sobre o inquérito.