O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que as declarações recentes do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) serão incorporadas ao inquérito que investiga o parlamentar por suposta obstrução de Justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. As falas foram feitas durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, na qual o deputado atacou delegados da PF e ameaçou agir contra um dos investigadores.
Durante a live, Eduardo Bolsonaro se referiu a um delegado como “cachorrinho” e afirmou que, caso descubra sua identidade, “vai se mexer”. O parlamentar também mencionou o delegado Fábio Alvarez Shor, responsável por inquéritos que resultaram em indiciamentos do ex-presidente Jair Bolsonaro, e declarou estar disposto a ir “até as últimas consequências”. As declarações ocorreram no mesmo dia em que se encerrou sua licença parlamentar de 120 dias. Eduardo está nos Estados Unidos desde fevereiro e pode ser penalizado por faltas em sessões plenárias caso não retorne ao Brasil.
Em resposta, o diretor da PF classificou as falas como uma “covarde tentativa de intimidação” e garantiu que a corporação tomará as providências legais cabíveis. Segundo ele, nenhum investigado intimidará a atuação da Polícia Federal. A inclusão das declarações no inquérito amplia o escopo da investigação, que já apura a atuação de Eduardo Bolsonaro em território estrangeiro para influenciar processos judiciais no Brasil. A Procuradoria-Geral da República conduz o caso, que envolve também ataques públicos ao Supremo Tribunal Federal.
