A Procuradoria-Geral da República
(PGR) denunciou nesta terça-feira, 19, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e
outras 33 pessoas por participação na trama golpista. O processo seguirá para o
Supremo Tribunal Federal (STF), que deve decidir se acata ou não as denúncias.
Bolsonaro foi acusado pela
Polícia Federal de chefiar a cúpula golpista no Palácio do Planalto. Para os
investigadores, o ex-presidente tinha conhecimento e havia dado anuência às
ações tomadas pelo grupo.
De acordo com as investigações, o
núcleo, que contou com a participação de mais de 40 pessoas, atuou em seis
áreas distintas no plano de golpe. Entre elas, a incitação às Forças Armadas e
a tentativa de descredibilizar o sistema eleitoral do país.
Além de Bolsonaro, a Procuradoria
denunciou os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), que foi
vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, e Augusto Heleno (Gabinete de
Segurança Institucional). A IstoÉ tenta localizar a defesa de ambos.
Veja a lista completa de
denunciados
- Ailton Gonçalves Moraes Barros
- Alexandre Rodrigues Ramagem
- Almir Garnier Santos
- Anderson Gustavo Torres
- Ângelo Martins Denicoli
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira
- Bernardo Romão Correa Netto
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
- Cleverson Ney Magalhães
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
- Fabrício Moreira de Bastos
- Filipe Garcia Martins Pereira
- Fernando de Sousa Oliveira
- Giancarlo Gomes Rodrigues
- Guilherme Marques de Almeida
- Hélio Ferreira Lima
- Jair Messias Bolsonaro
- Marcelo Araújo Bormevet
- Marcelo Costa Câmara
- Márcio Nunes de Resende Júnior
- Mário Fernandes
- Marília Ferreira de Alencar
- Mauro César Barbosa Cid
- Nilton Diniz Rodrigues
- Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
- Rafael Martins de Oliveira
- Reginaldo Vieira de Abreu
- Rodrigo Bezerra de Azevedo
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros
- Silvinei Vasques
- Walter Souza Braga Netto
- Wladimir Matos Soares
A denúncia da PGR, por exemplo,
vai ao encontro da investigação da PF, que aponta a participação de Jair
Bolsonaro na minuta do golpe. O documento foi apresentado às chefias das Forças
Armadas em uma reunião no Palácio do Alvorada no dia 7 de dezembro de 2022.
Na ocasião, o chefe do Exército,
Marco Antônio Freire Gomes, se recusou a participar do plano, mas apontou o
apoio do almirante Almir Garnier, comandante da Marinha, ao plano de decretação
da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Um documento com o mesmo teor foi
apreendido na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que está na lista
de indiciados pela PF.
O que acontece agora
Com a denúncia da PGR, o processo
retorna à Primeira Turma do STF, que deve decidir se aceita ou não o pedido do
procurador-geral Paulo Gonet para tornar o ex-presidente e os outros suspeitos
réus no inquérito. Ainda não há prazo para o julgamento.
Na sequência, devem começar os
prazos para que os réus apresentem suas defesas, além de provas que contestem
as alegações da PGR. A partir disso, o processo poderá ser julgado em
definitivo.
Alguns assessores dos ministros
apontaram à IstoÉ que o julgamento de Bolsonaro deve acontecer ainda neste ano.
A dúvida é se a análise definitiva ficará na Primeira Turma, comandada pelo
relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, ou se seguirá para o
plenário da Suprema Corte.
Por IstoÉ